Diverso por natureza
O empreendimento Cidade Matarazzo é um dos acontecimentos urbanos mais impactantes dos últimos tempos em São Paulo. São anos de uma realização que envolveu restauro e reuso de patrimônio histórico; edificações e interiores assinados por arquitetos importantes como Jean Nouvel, Philippe Starck, Rudy Ricciotti, Tryptique e Spol; criação de áreas combinadas de hotelaria e residências com centro de negócios; integração de obras de arte com curadoria de Marc Pottier e mobiliário brasileiros selecionados por Delphine Sanoian; paisagismo de Benedito Abbud e projeto de iluminação por LD Studio e OMstudio Lighting, com a tarefa de acompanhar o espírito e uso dos ambientes. Enfim, uma combinação de elementos que são centrais tanto se tomados um a um quanto no seu conceito organizador mais amplo: a composição a partir da diversidade, em nome da fruição e do encantamento.
A Revista Projeto agora em 2023 dedicou uma edição especial à Cidade Matarazzo e nela uma parte foi reservada ao projeto de iluminação, que conta em detalhes a consolidação de uma parceria firmada diante da tarefa de criação e acompanhamento dos ambientes de luz, na escala que esse projeto pedia, nos mínimos detalhes. LD Studio sediado no Rio de Janeiro e OMstudio Lighting em São Paulo, liderados pelos arquitetos Mônica Luz Lobo e Daniele Valle e Orlando Marques, respectivamente, aceitaram o desafio de compor com os desejos do cliente – Alex Allard – de encantamento, a iluminação discreta imaginada por Nouvel e o brilho e a diversidade de elementos de Starck.
Entre as diversas realizações do projeto de iluminação, algumas chamam especial atenção pela sua capacidade de aliança com os designers envolvidos, nos vários projetos, ao mesmo tempo em que de modo discreto, deixou sua marca criativa nas soluções de iluminação. O conceito mestre do projeto tratou de manejar a sobreposição de camadas de iluminação, o que se deu de modos diversos, a depender do desenho de cada ambiente. Famílias de luminárias foram criadas especialmente pelos lighting designers para atender às diversas demandas do empreendimento.
A iluminação das fachadas se dá desde dentro, com uso da luz que vasa das janelas ou então aproveita os sistemas integrados aos elementos da arquitetura, como o efeito discreto da luz indireta.
Outro exemplo de destaque se encontra no projeto de iluminação de parte das áreas externas ajardinadas, que incluiu as sombras das plantas nas fachadas à composição do projeto, com a valorização das espécies específicas em cada ambiente, o que nos devolve ao espírito mais geral do empreendimento: valorizar cada elemento em meio ao conjunto, diverso por natureza.
