A premiação de arquitetura Pritzker de 2022 sinaliza as urgências do nosso tempo: desigualdade em escala inédita, escassez de recursos e nossa expressiva desconexão com o clima e com a vida no planeta.
O reconhecimento do trabalho de Francis Kéré (1965), arquiteto e ativista, cidadão de Burkina Faso e também da Alemanha, é um gesto político e um forte apelo para mudanças de paradigma que se impõe ao Ocidente, em nome da sobrevivência da espécie.
O país onde nasceu Kéré é um dos mais pobres do mundo, onde falta água, eletricidade, infraestrutura e também arquitetura como a concebemos. Por ser filho do líder em sua cidade, Kéré teve educação formal tanto em seu país quanto em Berlim, onde estudou marcenaria e finalmente arquitetura.
Kéré retornou à Africa com propósitos revolucionários: conceber e construir com e para as comunidades, enfrentando adversidades climáticas e de recursos, em um tipo de arquitetura concebida no cuidado com as pessoas, sua formação e especificidades locais. O movimento acionado pelo trabalho de Kéré expande os limites usuais da arquitetura e resgata seus primórdios: objetivo no lugar do objeto e processo ao invés de produto.
Kéré no entanto faz também o movimento inverso: leva ao centros do poder esta modalidade primordial da arquitetura, que resgata laços comunitários e trabalha em parceria com a natureza. O corpo dos seus projetos colabora com ventilação e iluminação naturais, materiais térmicos, com atenção também às inovações construtivas.
Kéré lidera uma fundação desde 1998, seu escritório de arquitetura desde 2005 e é professor visitante nas universidades de Harvard e Yale.
Seu reconhecimento é um farol em tempos sombrios.
Imagens:
Francis Kéré, Iwan Baan, Lars Borges
A premiação de arquitetura Pritzker de 2022 sinaliza as urgências do nosso tempo: desigualdade em escala inédita, escassez de recursos e nossa expressiva desconexão com o clima e com a vida no planeta.
O reconhecimento do trabalho de Francis Kéré (1965), arquiteto e ativista, cidadão de Burkina Faso e também da Alemanha, é um gesto político e um forte apelo para mudanças de paradigma que se impõe ao Ocidente, em nome da sobrevivência da espécie.
O país onde nasceu Kéré é um dos mais pobres do mundo, onde falta água, eletricidade, infraestrutura e também arquitetura como a concebemos. Por ser filho do líder em sua cidade, Kéré teve educação formal tanto em seu país quanto em Berlim, onde estudou marcenaria e finalmente arquitetura.
Kéré retornou à Africa com propósitos revolucionários: conceber e construir com e para as comunidades, enfrentando adversidades climáticas e de recursos, em um tipo de arquitetura concebida no cuidado com as pessoas, sua formação e especificidades locais. O movimento acionado pelo trabalho de Kéré expande os limites usuais da arquitetura e resgata seus primórdios: objetivo no lugar do objeto e processo ao invés de produto.
Kéré no entanto faz também o movimento inverso: leva ao centros do poder esta modalidade primordial da arquitetura, que resgata laços comunitários e trabalha em parceria com a natureza. O corpo dos seus projetos colabora com ventilação e iluminação naturais, materiais térmicos, com atenção também às inovações construtivas.
Kéré lidera uma fundação desde 1998, seu escritório de arquitetura desde 2005 e é professor visitante nas universidades de Harvard e Yale.
Seu reconhecimento é um farol em tempos sombrios.
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